inconsistência leve

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Poeminha literário

Queria escrever um poema diferente
Um poema cheio de rimas consoantes
Mas a ideia que chega a minha mente
Não tarda e se vai em poucos instantes


Tento sem sucesso recapturá-la
Mas ela é teimosa e insiste em não escutar
Me ponho de pé e ando pela sala
Mas meus pensamentos não encontram lugar


Não consigo entender ou achar o motivo
Onde está a luz da minha criatividade?
Se é também para escrever que eu vivo
Se o dom da arte meu coração invade!


Minha professora de literatura
Sabe exatamente o que diz...
Por isso não me sinto insegura
Creio que sou uma boa aprendiz


Por isso insisto em conseguir
Por em palavras a consoante rima
E com um sorriso posso concluir
Que consoante meu poema termina!

Bela.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Desastre da região serrana do Rio sopra as velhinhas

Depois de pouco mais de um mês dos desastres ocorridos na região serrana do Rio, nada mais é falado sobre o assunto. Fico pasma em ver como as pessoas se esquecem logo dos acontecimentos. Quando os primeiro deslizamentos de terra ocorreram, todos os jornais noticiavam o caos que se instalou nos locais atingidos e destinavam quase toda a sua programação a esse fim. Entretanto, como um passe de mágica, o assunto sumiu dos noticiários repentinamente. Ao meu ver, é como se fosse assim: os jornais te sufocam falando sempre do mesmo assunto por mais ou menos duas semanas e depois, quando veem que os espectadores estão ficando saturados, partem para outras matérias, esquecendo-se completamente do problema anterior como se ele tivesse milagrosamente se resolvido. Será que depois de um mês,tudo voltou ao normal nas regiões atingidas? Bem, de acordo com testemunha local, milhares de pessoas continuam desabrigadas e achar um apartamento para alugar está quase impossível devido à grande procura. Porém, o interessante nessa história toda é que os jornais (com exceção de alguns da tv fechada) nem sequer citaram as questões políticas e sociais envolvidas nos deslizamentos no Rio. Todos falaram das questões físicas e naturais, mas poucos desenvolveram alguma reflexão mais profunda sobre as causas desta catástrofe. Será que as pessoas estão somente a mercê da natureza? Será que a culpa toda é do tipo de solo e da quantidade de chuvas? Ora, esses são, no mínimo, pretextos bem fajutos para desviar a atenção das causas reais envolvidas: a negligência do governo, a falta de consciência por parte da população (que é consequência da baixa escolaridade e da intensa pressão social) e a complacência generalizada do governo e da própria sociedade.

A negligência do governo na ocupação do espaço urbano foi determinante para a ocorrência de tamanho desastre e junto a ela podemos colocar também os ínfimos investimentos governamentais em prevenção. O que se vê no país é a carência quase total em prevenir situações calamitosas e de risco, o que não deixa de ser uma questão cultural. Eu não se porque, no Brasil, gasta-se tanto em reconstrução e tão pouco em prevenção. Eu não sei porque temos que esperar que uma catástrofe ocorra para tomarmos providências para melhorar. Eu não sei porque milhares de pessoas têm que morrer para que a sociedade vislumbre uma antes óbvia situação de perigo. Eu simplesmente não sei e essa cultura brasileira de passividade e conformismo me envergonha.

Ironicamente, ou não, um grande volume de chuvas atingiu a Austrália no mesmo período. A fundamental diferença é que enquanto centenas de pessoas vieram a óbito  no Brasil, somente 30 pessoas faleceram na Austrália. Isso é uma vergonha para o nosso país. Agora, eu questiono, por que a ocupação das encostas (com consequênte desmatamento) e das margens do rio foi permitida pelo governo na região serrana do Rio? O mais curioso, neste caso, é que não podemos levantar aquele velho errôneo pensamento de querer responsabilizar as pessoas marginalizadas da sociedade por construirem suas moradias em regiões de encosta ao invés de se instalar em locais mais seguros, porém longe do centro (costumamos pensar: será que elas não sabem que é arriscado? e nos esquecemos de que elas não têm saída....); não podemos culpar o sistema educacional deficiente e não podemos dizer que os baixos salários do atual mercado de trabalho impedem que grande parte da população se instale em locais apropriados, pois famílias ricas também possuiam casas no altos das encostas na região serrana do Rio, o que nos leva a crer que o principal culpado não foi a questão social em si (como foi enumerado acima), mas sim o descaso do governo relacionado à ocupação desmedida do local e às questões preventivas. Famílias de boa condição econômica,em sua maioria, possuem qualificação educacional e, portanto, tinham plena consciência do risco de se construir em encostas.Essas famílias pagavam impostos e obtiveram a autorização da prefeitura para construir suas casas. Ou seja, quem deveria priorizar a segurança e a preservação da mata nativa (até mesmo para prevenir os deslizamentos), liberou o desmatamento e a construção em locais inapropriados. Bem , o resultado todos nós vimos.

O mais triste é saber que a sociedade brasileira, única que pode clamar pela mudança de postura do governo em relação a medidas de prevenção e a uma fiscalização específica para ocupação, continua complacente com tal realidade de displicência com o social. Alguns entitulam o Brasil de "O país de todos", mas a verdade nua e crua é que ele não passa de um país de poucos, um país em que somente os que podem pagar conseguem ter alguma chance de viver dignamente.

 Os brasileiros são emotivos por natureza, isso é fato. Porém, se não pararmos de sentir somente pena frente a desastres que poderiam ter sido evitados e substituir esse sentimento por indignação e por atos concretos para mudança , seremos eternamente pessoas compassivas que choram diante de perdas evitáveis. Há muito mais para refletir e repensar acerca deste e de tantos outros assuntos que envolvem o brasileirinhos. A questão é: a sociedade ainda possui a capacidade de enxergar mais longe e de se opor a realidades de que não gosta ou já foi toda tomada pelo não pensar contínuo que, entre outros motivos, a pobre programação televisiva brasileira impõe de segunda e segunda (o que também seria um outro assunto a ser refletido)? Se a população como um todo não modificar o modo de agir e de pensar, enfim, se nada for feito, daqui a pouco o país verde-amarelo ficará escondido sob a cor cinza dos escombros.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Vida leve

Acho crítica a situação das pessoas no mundo de hoje.
Cheguei a essa conclusão quando passei a refletir mais profundamente sobre os sentimentos preponderantes em nossa sociedade majoritariamente capitalista. Eu, por muito tempo, fiquei fechada em meu próprio mundo, presa entre os quatro muros que construi em minha volta.
Às vezes, quando a vida desde cedo começa a lhe oferecer lições de "gente grande", é provável que uma barreira invisível seja cosntruída ao seu redor a fim de evitar futuras decepções. Essa posição é bastante confortável... você não corre riscos, não se machuca... Porém, chega um momento em que parece faltar alguma coisa. Seus ombros parecem tão pesados como se o peso do mundo estivesse sobre eles, seu coração se aperta em tamanha agonia que fica difícil suportar e, finalmente, sua mente assimila que há um espaço em branco em sua vida que não pode mais ser escrito.

Aquela posição que parecia ser confortável de repente se torna um fardo difícil de ser carregado, porém você se dá conta de que está tão amarrado em suas correntes de aço e de que passou tanto tempo enclausurado em seu pequeno mundo, que sair dele se torna uma árdua tarefa.

Admitir estar preso em seus muros invisíveis é o primeiro passo para se libertar deles.

Quando se faz um cadeado, faz-se também a sua chave.
Quando se contrói uma casa, colocam-se janelas e portas para entrar luz e ar.
Da mesma forma, quando você se fecha em seu mundo,  só você tem a chave para se abrir novamente à vida. Está preso em suas correntes? Ora, use a sua chave. Ela pode estar esquecida em algum canto, mas ela existe. Talvez, elas estejam enterradas em algum lugar que há muito não é mais visitado.

O bom é que depois de achar suas chaves e abrir suas janelas, a vida não parece mais tão pesada, tão difícil. Até mesmo problemas que pareciam ser insolúveis tornam-se pequenos  grãos de areia. Mas para que isso aconteça, é preciso que você se permita. Se permita e se condicione a acolher todas as dádivas que lhe são apresentadas. Quantos presentes de Deus não desperdiçamos por não enxergá-los ou por simples medo? Eu mesma já joguei fora vários. O pior é que esses presentes se vão pelas mesmas tênues gretas por que entraram e não retornam mais às nossas mãos.

Entretanto, a generosidade de Deus é tamanha que Ele não se cansa em fazer passar insistentemente pelas gretas mais e mais presentes até estarmos aptos a pegar um. Porém, antes de estarmos prontos para pegar esse presente, quantos não foram injustamente desperdiçados? Quantas pessoas foram magoadas? Quantas oportunidades de felicidade foram perdidas? Isso é muito sério. Nossa vida está inexoravelmente atrelada a várias outras e disto, não há escapatória. É por esse motivo que temos sempre que prestar atenção aos nossos atos e não tomar decisões precipitadas que possam ferir cruelmente outros.

Quer saber?? Se desamarre dessas cordas que te atrapalham (só você pode fazer isso) e seja feliz!! Comemore
Chore
Ame
Viva!!
Pois viver sempre foi e continua sendo a melhor coisa a se fazer.
Sentir a vida leve e estar em harmonia com Deus são grandes dádivas em nossa vida. Por isso, eu desejo a todos, sem distinção, o sentir da felicidade que emana destes dois sentimentos.